Semear ideias, plantar o futuro

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“Plantar o Futuro” é um projeto de regeneração ambiental, desenvolvido pela Associação Agora Aveiro, promovido pelo programa da AMI “No PLANet B!” e cofinanciado pela União Europeia e pelo Camões IP.

“Plantar o Futuro” tem na sua génese a ideia de que pequenas ações podem criar grandes impactos quando reproduzíveis. Sob este princípio, a Agora Aveiro, numa colaboração conjunta com o Grupo para a Sustentabilidade da Universidade de Aveiro e com o Município de Estarreja, uniram-se para criar um movimento de defesa e valorização da floresta autóctone enquanto mecanismo de mitigação das alterações climáticas, resistência a incêndios, regulação do clima e conservação da biodiversidade.

O plano de ação deste projeto passou pelo envolvimento da comunidade académica na adoção de variadas espécies endémicas da região, desde salgueiros, a amieiros, carvalhos, choupos e freixos. Foram já entregues 1.550 árvores e 350 voluntários foram mobilizados pela vontade de potenciar a biodiversidade da região de Estarreja, com o objetivo de que aqueles que apadrinharam árvores sejam responsáveis pelas mesmas até ao momento da sua transplantação. Para garantir o cuidado adequado de cada espécie, no momento de entrega foi também distribuído um folheto com instruções acerca dos cuidados a ter com as variadas famílias de árvores.

Em fevereiro deste ano, os participantes foram convocados, numa primeira fase, a intervir no terreno para dar início ao processo de reflorestação numa área delimitada de Estarreja.

Esta iniciativa nasceu do projeto “Biologia Plantar o Futuro”, por iniciativa de Hélder Berenguer e de Liane Carvalho, jovens estudantes de biologia que acreditavam na ideia de que “juntando o potencial de cada pessoa individualmente, o output acabaria por ser maior que a soma das partes. O que fizemos foi passar dos alunos do curso de biologia para toda a Universidade de Aveiro. Mais do que aquela árvore que é plantada, é também aquela pessoa que é sensibilizada, aquela família que se sente impactada pelo projeto”, explica Hélder Berenguer, coordenador do projeto “Plantar o Futuro” e gestor da associação estudantil Agora Aveiro.

A área de plantação já foi definida, para que a longo prazo, o seu resultado seja uma floresta de árvores endémicas.

“Escolhemos espécies que são naturais daquela região há muitos anos, estão habituadas àquelas condições. As plantas que lá existem também já têm relações estabelecidas com estas plantas. Os subprodutos de umas ajudam ao desenvolvimento de outras, são, portanto, peças chave daqueles ecossistemas”, esclarece Liane Carvalho, bióloga e vice-presidente da Agora Aveiro relativamente ao conceito de espécies autóctones e a escolha das mesmas.

As plantações serão feitas perto da ria, razão pela qual as espécies escolhidas servem como zonas de interface entre os ecossistemas terrestres e aquáticos. São também espécies que ajudarão a manter e a impedir que haja um deslize das terras pela força da água, ajudando a suster a terra, prestando estas plantações um “serviço de ecossistema”.

A Agora Aveiro procura ainda reforçar a ideia de que este trabalho de reflorestação só tem de facto o seu objetivo cumprido quando as diversas comunidades, com especial foco na comunidade académica, estiverem sensibilizadas para o poder que estas ações conjuntas representam no combate às alterações climáticas e à capacitação da biodiversidade da região. “Se todos plantarmos uma árvore, um dia construímos uma floresta” – é o mote deste movimento ecológico.


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