“Sempre desejei ir para o Ensino Superior”

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“Sempre desejei prosseguir para o Ensino Superior. Compreendi que era uma jovem que gostava de estudar, de aprender e de aprofundar os meus conhecimentos. Sou curiosa por natureza e desejo ir mais além do que conheço.

Assim, enveredei pela minha primeira opção de licenciatura, o curso de Ciência Política e Relações Internacionais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Depois, desejei prosseguir pelo mestrado especializado em Relações Internacionais, da mesma instituição de ensino, estando a terminar a minha dissertação sobre o relacionamento entre os Estados Unidos da América, a Arábia Saudita e Israel.

No entanto, apesar de ter tido um contínuo apoio incondicional da minha família, tendo inclusivamente morado na casa dos meus avós paternos durante o meu tempo académico, compreendi que era necessário ter um apoio financeiro durante os meus estudos. O emprego do meu pai, Professor do 2.º Ciclo do Ensino Básico, é a única fonte de rendimento do meu agregado familiar e a bolsa da Universidade não era suficiente para colmatar todas as minhas despesas académicas.

No verão de 2015, quando ainda esperava a resposta do Concurso para o Ensino Superior, descobri que a Fundação AMI estava a iniciar um Fundo Universitário para apoiar estudantes da Licenciatura e do Mestrado. Claro que procurei preencher todos os requisitos e, depois, descobri que havia sido uma das selecionadas para receber esta bolsa. E, ano após ano, tenho sido uma felizarda, tendo constantemente acompanhado a AMI.

Ser bolseiro da AMI não é só um privilégio. Uma pessoa, de três em três meses, toma conhecimento que irá receber uma soma de apoio que poderá ajudar a pagar pelo menos duas propinas da Faculdade. De igual forma, sabe que o seu Currículo será enriquecido por não só ter sido selecionado a bolseiro, mas também por ter usufruído do voluntariado patrocinado por esta fundação.

Contudo, também é uma responsabilidade. De certa forma, quando nos candidatamos para sermos bolseiros, e somos aceites, acabamos por ter de carregar o baluarte da AMI. De igual forma, para podermos prosseguir a ser bolseiros, temos de manter uma boa média para sermos aceites. Finalmente, temos a responsabilidade de realizarmos um voluntariado para podermos receber a última prestação da bolsa.

Verificamos, portanto, que a AMI não só se preocupa com a nossa formação académica, dado que nos concede uma bolsa de estudo para podermos ser capazes de receber um diploma e sermos valorizados profissionalmente, como também se preocupa com a nossa formação como cidadãos, dando-nos a possibilidade de ter uma experiência de voluntariado.

A obrigatoriedade de uma experiência de voluntariado pela AMI iniciou-se na quarta edição do Fundo Universitário, meu primeiro ano de mestrado, ou seja, em 2018. Como resido em Abrantes e não tinha aulas todos os dias da semana nesse ano curricular, aproveitei para realizar a minha experiência de voluntariado na Biblioteca Municipal António Botto. E que experiência foi! Foi tão boa que a repeti neste meu último ano com a AMI!

Escolhi a Biblioteca Municipal de Abrantes por diversas razões. Em primeiro lugar, porque sou uma bibliófila, ou seja, amo livros com todo o meu ser. Desde pequena que fui motivada a ler e tive a curiosidade de aprender a ler e a escrever. Outra razão foi por gostar de interagir com pessoas, quer adultos quer crianças. Finalmente, por ser uma oportunidade de crescer enquanto cidadã num local cuja missão é promover a cultura e a cidadania.

Tive a oportunidade de poder aprender sobre como se catalogam os livros e os recursos audiovisuais. Pude ajudar a arrumar os livros, os DVD’s e os CD’s. Pude auxiliar, no meu primeiro ano na Biblioteca, o Setor Educativo nas atividades com bebés, crianças e alunos. Mas, o que até mais me aliciou, foi poder estar ou na Receção ou a conviver com os bibliotecários. É um prazer e uma oportunidade tão grande crescer ouvindo as experiências dos mais velhos. É uma alegria poder dar e receber um sorriso e um “bom dia” ou “boa tarde” aos visitantes. Finalmente, é maravilhoso descobrir o que uma pessoa é através do que lê e vê. Numa Biblioteca, descobre-se muito sobre o ser humano e as suas especificidades.

Agora, que me encontro a terminar esta aventura que é o percurso académico, entre as muitas entidades e pessoas às quais tenho de agradecer, não posso deixar de agradecer à Fundação AMI e à Biblioteca António Botto. A esta última entidade, quero agradecer a hospitalidade, os sorrisos, os elogios e todo o conhecimento que me transmitiram pelas conversas e pelas vossas atitudes. À Fundação AMI, não só posso agradecer a imensa ajuda financeira que me tem concedido, como também as oportunidades de crescimento que me concedeu enquanto cidadã, académica e mulher. Quero agradecer por me ter deixado participar nos primeiros cinco anos do Fundo Universitário AMI.”

Marta Pereira – Bolseira do Fundo Universitário AMI

 

O Fundo Universitário AMI é uma bolsa de apoio social para o pagamento de propinas, criada pela AMI em 2015. Tem como objetivo apoiar a formação académica de jovens que não disponham dos recursos económicos necessários para o prosseguimento dos seus estudos no ensino superior (licenciatura, mestrado integrado ou mestrado simples) ou que, no decurso da sua licenciatura, se encontrem subitamente numa situação financeira crítica. Desde a 1ª edição, o Fundo Universitário apoiou 233 alunos, 66 dos quais já concluíram os seus estudos universitários. Na 5.ª edição do Fundo Universitário AMI, foram entregues 64 bolsas a jovens de diversas nacionalidades (Portugal, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Angola, São Tomé e Príncipe e Moçambique), com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos.

 


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