Direitos humanos foram o tema da conferência Encontros Improváveis

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Dezenas de convidados e centenas de participantes juntaram-se no dia 5 de novembro no auditório da Gulbenkian, em Lisboa, para a 3ª edição dos Encontros Improváveis. Os Direitos Humanos foram o tema dominante que chamou a si realidades do trabalho infantil, papel da mulher, refugiados e alterações climáticas, entre outras.

Fernando Nobre abriu os trabalhos recordando a ligação da AMI à Global Compact Network Portugal e o facto desta ser a terceira das quatro conferências que remetem para os temas fundamentais que constituem os compromissos desta iniciativa das Nações Unidas. Antes de apresentar os oradores, o Presidente da AMI frisou que nunca é demais recordar que há 60 milhões de refugiados e que nunca imaginou, ao fim de todos estes anos, que o mundo pudesse defrontar-se com este tipo de problema.

Existem 168 milhões de crianças a trabalhar. Sendo este um dos maiores desafios e uma das questões colocadas ao 1ª painel.

Fátima Pinto, Presidente da Confederação Nacional de Ação Sobre Trabalho Infantil começou por referir que é penoso assistirmos em pleno século XXI a este fenómeno e verificar que ainda há tantas crianças impedidas de ir à escola, privadas de felicidade e futuro.

Mafalda Troncho, da Organização Internacional do Trabalho acrescentou que, apesar de tudo, a situação melhorou de forma significativa nos últimos anos, uma vez que a prevalência do trabalho infantil decresceu 30% desde 2008.

Já a representante da IKEA, salientou a importância das empresas que fazem questão de ter um impacto positivo nos mercados onde estão presentes, nomeadamente através da implementação de boas práticas e da constante procura da sustentabilidade.

O Papel da Mulher no Desenvolvimento foi o tema que juntou no 2º painel dois parceiros da AMI: a Associação Comunitária de Milagres, do Brasil, e a Hope Of Mother, do Afeganistão. As questões de género, a forma como dividem, oprimem, discriminam ou limitam homens e mulheres foram centrais.

Um imperativo de mudança foi consensual. Do Afeganistão ao Brasil, as questões parecem estranhamente recorrentes e idênticas. No entanto, as soluções para as superar não devem nem podem ser iguais. A importância da educação constitui para os participantes algo de consensual e incontornável.

Para o derradeiro painel estava reservada a discussão mais animada da 3ª Conferência Encontros Improváveis. O tema ajudou: Alterações Climáticas, Migrações e as Crises Humanitárias. A reflexão começou com a questão ambiental e as suas implicações. Mais concretamente, o que acontecerá ao planeta na ausência de medidas climáticas.

Sabendo-se que as alterações têm, nos tempos recentes, acentuado os fenómenos naturais extremos.Particularmente nos países mais frágeis. Ironicamente, os que menos contribuem para essas alterações. O Bangladesh é anualmente assolado por, cada vez mais numerosas e intensas catástrofes naturais, o que contribui a degradação das condições de vida dos seus habitantes.

Os movimentos migratórios que ultimamente têm sido protagonizados pelos refugiados foram inevitavelmente o tema que se sucedeu, tendo os oradores sido unanimes na sua classificação em relação à gravidade e necessidade absoluta de resolução.

 

A temática abordada este ano não poderia ser mais pertinente numa altura em que a ONU apresentou uma nova agenda para o desenvolvimento.  

 

A AMI reafirma o seu compromisso de apoiar os princípios do UN Global Compact e difundi-los, ciente da importância desta plataforma para a consolidação de uma aliança por um mundo melhor.

Acreditamos sinceramente que é nosso dever alertar para todas as decisões, movimentos e ações que possam de alguma forma ameaçar os Direitos Humanos e agravar a situação de todos aqueles cuja dignidade é constantemente desrespeitada.


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