Também há finais felizes!

A nossa intervenção social não se cinge, de todo, ao apoio às necessidades mais básicas. Para se conseguirem efetivamente resultados que se traduzam na melhoria das situações de vida das pessoas que recorrem aos seus serviços, é necessário investir tempo, recursos, conhecer e procurar as respostas existentes, perceber que cada situação é única e respeitar o tempo dos beneficiários. Este é um trabalho que não se reduz a números estatísticos, que se tornam redutores para a compreensão de todo o trabalho desenvolvido. Exemplo disso é a história de vida do Sr. Bernardo (nome fictício).

 

Na sua declaração de IRS este ano, escolha a AMI como beneficiária de 0,5% do seu imposto já liquidado e contribua para mais finais felizes como este!

 

Porque também há finais felizes, partilhamos a história deste nosso beneficiário que foi encaminhado para o Abrigo Noturno do Porto por se encontrar numa situação de sem abrigo.

O Sr. Bernardo é o mais velho de 3 irmãos. Viveu com a mãe até se casar, aos 21 anos. O seu casamento durou cerca de 4 anos, de cuja relação nasceu um filho.

Após o divórcio, foi residir sozinho para o norte do país, onde trabalhou como motorista, mas acabou por perder o emprego, voltando a residir com a mãe. Mas o Sr. Bernardo não desistiu e conseguiu um novo emprego e um local para morar. Porém, a precariedade de um trabalho temporário não lhe permitiu suportar as despesas inerentes a uma habitação, obrigando-o a viver na rua.

A vergonha e o orgulho levaram-no a não recorrer à família e a permanecer na rua durante cerca de 2 semanas. Obtinha algum dinheiro através da arrumação de carros, que usava essencialmente para assegurar os cuidados de higiene pessoal e o vestuário, pois considerava fundamental a preocupação com a sua aparência.

Entretanto, o Sr. Bernardo procurou ajuda na Segurança Social que o encaminhou para os Albergues Noturnos do Porto, e, mais tarde, para o Abrigo Noturno da AMI. Nessa altura, o Sr. Bernardo enfrentava uma depressão, agravada pela vergonha que sentia da sua condição de Sem-Abrigo e do sentimento de culpa que o perseguia, razão pela qual não queria dar a conhecer aos familiares a sua real situação.

Apesar do seu estado depressivo, o Sr. Bernardo adaptou-se ao Abrigo e cumpriu sempre as regras de forma exemplar. O seu relacionamento com a equipa e restantes residentes pautou-se sempre pelo respeito e pela cordialidade, e mostrou-se sempre muito disponível para participar em todas as atividades.

A sua persistência e pro-atividade sempre se destacaram: recorria regularmente ao apoio da equipa técnica para a procura de emprego, o que permitiu ajudá-lo quer na estabilização emocional, quer no estabelecimento de metas que contribuíssem para alterar a sua condição.

A postura do Sr. Bernardo e o apoio da equipa técnica (criação de um curriculum vitae adequado, bem como uma procura ativa devidamente direcionada e ajustada ao seu perfil e apoio na deslocação aos locais das entrevistas de emprego) foram fundamentais para a sua reintegração profissional.

A meio do ano, o Sr. Bernardo conseguiu um emprego com um contrato a termo (6 meses) em regime de part-time. No primeiro mês de trabalho, foi-lhe dado o passe e apoio alimentar para assegurar que se alimentava durante o período laboral. Assim que recebeu o salário, fez questão de saldar as contas do passe e alimentação e começou a poupar para conseguir a sua autonomia.

Em agosto, o Sr. Bernardo saiu do Abrigo, uma vez que já tinha conseguido autonomizar-se e tudo indicava que passaria a contrato sem termo, mas concordou que continuássemos a acompanhá-lo, o que nos permitiu verificar a evolução positiva e feliz da sua história.

O Sr. Bernardo manteve o emprego, aumentando a carga horária e obtendo um contrato por tempo indeterminado, o que lhe proporcionou uma maior estabilidade profissional e económica que, por sua vez, o incentivou a procurar a família e a reatar laços com a mesma, como mais tarde viemos a saber.

 

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