Formar e preparar os jovens através da fotografia

Click pela Inclusão Social

Utilizar a fotografia como instrumento de inclusão e de estímulo da criatividade, promovendo as competências e a capacitação de jovens é o objetivo deste projeto. Agora que se inicia a sua segunda edição, a decorrer nas cidades do Porto e VN de Gaia, fomos falar com os jovens que participaram na sua primeira edição.

Um click pela inclusão social é uma proposta de intervenção social financiada pela Fundação para a Juventude Jumbo, que utiliza a fotografia participativa como um instrumento de inclusão, de diálogo intercultural, e de estimulação da criatividade, através de técnicas de promoção de empowerment individual e comunitário. O projeto arrancou em 2016 e culminou com uma exposição coletiva e a criação de uma Bolsa Social de Fotógrafos.

Ser fotógrafo foi aliás coisa que, até participarem este projeto, nunca tinha passado pela cabeça de muitos dos jovens que o integraram. Pelo menos, de forma muito séria. É o caso de Jocelino Neves, 18 anos, acabado de chegar a Portugal vindo de São Tomé e que refere que este este projeto “foi uma forma de acelerar e ajudar a sua integração”. Para ele, a fotografia “abriu-lhe os horizontes e fê-lo crescer a nível pessoal e profissional” e permitiu-lhe “expressar melhor o que sente”.

Outra fotógrafa improvável foi Priyal, de 15 anos. Para ela, esta “foi uma oportunidade fantástica” que a ”ajudou a decidir o seu próprio futuro”. Depois do curso quer ”seguir e estudar fotografia”, uma arte que a “ajudou a descobrir outros interesses e profissionais de muito boa qualidade”

Com 28 anos, Cátia é a mais velha deste grupo. “Estava desempregada quando surgiu esta oportunidade”. “Abriu-me horizontes, aumentou o meu querer e a minha confiança”. De todos, é a que tem mais ligações com a fotografia, uma vez que “na família, há interesse por esta arte”.

Bruna, de 22 anos, tem um percurso parecido com o da Cátia. “Estava desempregada e estava a pensar em criar o meu próprio projeto quando esta oportunidade apareceu”. Graças à sua experiência no Click, pensa agora “retomar os estudos e profissionalizar-se nesta área”.

Quem acompanhou todos estes jovens ao longo do curso foi o diretor-adjunto da Porta Amiga de Chelas, Narciso Borges que, em tom de brincadeira, “lamenta não ter podido fazer também o curso, mas já não me enquadro ”. Curso que, nas suas palavras, foi algo de “desafiante para a sua equipa, porque foi também um momento de aprendizagem”. Enquanto responsável por um equipamento que “procura respostas para os jovens, foi bom vê-los crescer. Alguns já voltaram a estudar e voltaram para a faculdade por causa deste projeto e isso não é só marcante, é algo de muito importante”.

Na primeira edição do Click, a Restart foi o parceiro formativo e esta segunda edição conta com o Instituto Português de Fotografia.