Crise humanitária em Kherson, Ucrânia

A ONG Zakhyst, parceira da AMI em Khmelnitsky, na Ucrânia, alerta para a necessidade urgente de formar equipas de apoio psicossocial para receber os deslocados da região de Kherson. 

Na sequência do colapso da barragem Kakhovskaya HPP, milhares de pessoas ficaram com as habitações destruídas pelas cheias. Sem abrigo, eletricidade e água potável, estão a deslocar-se para Khmelnitsky, onde são encaminhadas para abrigo e apoio alimentar. A ONG Zakhyst fala em “cenário terrível, sem precedentes que não se resolve num mês” sendo urgente ter mais psicólogos disponíveis, assim como assistentes sociais e motoristas. 

Segundo a ONG Zakhyst avança à AMI – Fundação de Assistência Médica Internacional, após o colapso da barragem Kakhovskaya HPP, na cidade Kakhovka (região de Kherson) “as zonas habitadas estão totalmente inundadas” e, até ao momento, “registam-se 16.000 casas destruídas, há químicos e minas antipessoais arrastadas pelas águas que representam um grave risco de segurança, além dos riscos para a saúde pública que representam milhares de cadáveres arrastados nas águas e nas casas destruídas”. 

Em 24 horas, foram recebidos em Khmelnitsky 3.500 deslocados, destes 2.000 chegaram em dois comboios e 1.500 de autocarro. E mais 2.000 pessoas já requereram evacuação para Khmelnitsky. “A deslocação das pessoas afetadas pelas inundações para outras cidades pode não ser célere, no caso da viagem para Khmelnitsky, por exemplo, há apenas uma rota segura para percorrer cerca de mil quilómetros”, esclarecem os responsáveis pela Zakhyst. 

Para responder a este cenário, a ONG necessita formar três equipas móveis, cada uma com dois profissionais de psicologia, um da área da assistência social e um motorista. A organização estima que, para manter as equipas, seja necessário um investimento de 5.000 euros por mês. 

No encontro com os primeiros deslocados a Zakhyst, descreve “um cenário terrível que os quatro psicólogos da ONG não conseguem resolver sem apoio adicional”. A maior parte dos deslocados são crianças e idosos com incapacidades, motivo pelo qual a ONG destaca que cada elemento das equipas móveis é determinante. “A população está debilitada e, inicialmente, será encaminhada para abrigo em escolas, quartéis de bombeiros ou pavilhões desportivos localizados em diferentes vilas”, sendo necessários recursos para chegar a todos os locais. 

Esta não é a primeira vez que a AMI e a Zhakyst formam equipas móveis para prestar apoio à população ucraniana. Entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, a Zhakyst e a AMI mantiveram três equipas móveis com dois profissionais da área da psicologia, um da assistência social, outro habilitado à advocacia e um motorista. 

Ao longo de quatro meses, a primeira parceria formalizada pelas duas organizações proporcionou apoio psicossocial a 1.500 pessoas deslocadas pela guerra e fixadas em áreas de Khmelnitsky com menor acesso a serviços. 

Fotografia: DR 


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