No âmbito do dia da Conservação da Natureza, assinalado a 28 de julho, destacamos o projeto Ecoética Pós Incêndios que visa a reabilitação e reflorestação com espécies autóctones de terrenos ardidos em todo o território nacional. Os terrenos são públicos ou de gestão pública e as ações são de carácter exclusivamente conservacionista, sem qualquer objetivo comercial.
O território português é formado por Áreas Classificadas com fortes valores naturais e de biodiversidade ao nível da fauna, flora e da qualidade paisagística e ambiental.
Atualmente fazem parte integrante da Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP), no Continente, 47 Áreas Protegidas, incluindo 32 áreas de âmbito nacional (um parque nacional, 13 parques naturais, 9 reservas naturais, 2 paisagens protegidas e 7 monumentos naturais), 14 de âmbito regional/local (2 Reservas Naturais e 11 Paisagens Protegidas e 1 Parque Natural), e ainda uma Área Protegida Privada. Estas 47 áreas perfazem um total de 793 mil hectares, incluindo área marinha e área terrestre.
Os incêndios florestais têm graves consequências para a Natureza pois podem provocar a extinção de espécies, a destruição de habitats e o desequilíbrio dos ecossistemas. O ano de 2017 foi particularmente devastador não só em perdas de vidas humanas como também na perda de biodiversidade.
Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), no período compreendido entre 1 de janeiro e 31 de outubro de 2017, registou-se um total de 16.981 ocorrências que resultaram em 442.418 hectares de área ardida de espaços florestais, entre povoamentos (264.951 ha) e matos (177.467 ha).
Comparando os valores do ano de 2017 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram mais 428% de área ardida relativamente à média anual.
Tendo em consideração a cartografia provisória de áreas ardidas de 2017, estima-se que arderam na RNAP 39.388 hectares de espaços florestais. Destaca-se o Parque Natural da Serra da Estrela pela maior extensão de área ardida nesse ano (19.337 hectares, cerca de 21,7% da área total do parque).
Neste sentido e na tentativa de mitigar as nefastas consequências dos incêndios que assolaram o país em 2017, a AMI criou o projeto Ecoética Pós Incêndios.
No âmbito desse projeto, os terrenos intervencionados pela AMI, até ao momento, situam-se em Folgosinho (Distrito da Guarda) onde foram plantadas cerca de 3000 árvores, e Góis (Distrito de Coimbra), onde foram plantadas cerca de 7000 árvores. As duas localidades foram severamente afetadas pelos grandes incêndios de 2017.