Promover o acesso inclusivo à saúde e fortalecimento económico das comunidades refugiadas e deslocadas em Chattogram, Bangladesh

Chattogram ou Chitaggong é a 2ª maior cidade do Bangladesh, com uma população de mais de 3.9 milhões de habitantes só no interior da cidade.

Mais de 5 milhões de pessoas vivem nas zonas costeiras e bairros de lata do Distrito de Chattogram, e parte deles são refugiados Bihari.

Os Bihari são muçulmanos indianos que emigraram para a área oriental do Paquistão (e que passou a fazer parte do Bangladesh após a Guerra indo-paquistanesa em 1971). Com o fim da Guerra, passaram a ser vítimas de violência política, perderam os seus bens, o seu trabalho e tornaram-se sem-abrigo e apátridas. Mais de 50 anos depois, continuam a viver em campos de refugiados sem condições de higiene, saúde pública e habitação.

A intervenção é feita nos bairros de lata urbanos, nomeadamente em 4 campos de refugiados Bihari e ainda nas comunidades de acolhimento locais à volta dos campos, beneficiando 4.700 pessoas diretamente e 28.200 pessoas indiretamente.

O objetivo geral é contribuir para o aumento da resiliência das populações mais vulneráveis contra crises sociais e económicas, permitindo o crescimento e desenvolvimento. Por sua vez, o objetivo específico é que as comunidades alvo aumentem a sua capacidade de reduzir o risco de doença e aumentem os seus conhecimentos, competências e acesso a oportunidades de trabalho.

Ao nível da saúde, a situação das mulheres e crianças é particularmente preocupante, sendo as principais causas de mortalidade infantil, o tétano, as infeções respiratórias, doenças diarreicas e sarampo, todos estes casos com malnutrição associada. A prevenção e cura desta elevada morbi-mortalidade poderá ser realizada através de saúde pública, como a vacinação, melhor higiene e alimentação adequada, bem como cuidados de saúde direcionados.

Por isso, estão contempladas no projeto atividades diversas de sensibilização na área da saúde, abordando temas como a importância da amamentação, a alimentação da família, a água e higiene pessoal, as medidas de prevenção da COVID-19, entre vários outros.

De forma a promover o acesso ao emprego, estão também previstas atividades de orientação e formação para os negócios sociais, preparando as comunidades para ter uma situação de trabalho mais estável no presente e face a futuras pandemias. Para isso, serão dadas formações em áreas diversas como a costura, a literacia digital, entre outras.

Estão ainda contemplados apoios diretos às comunidades, nomeadamente com a deslocação de um médico em clínica móvel, a distribuição de ajuda alimentar, a distribuição de cobertores, entre outros.
Trata-se do terceiro projeto implementado pela BISAP, em parceria com a AMI.