Os 3 elementos da AMI no terreno estão já a proceder à aquisição de medicamentos e bens de primeira necessidade e a fazer chegar à Ucrânia esta ajuda por circuitos predefinidos.
Assim, foram já estabelecidas parcerias com organizações húngaras, nomeadamente, a Ordem de Malta (Máltai Szeretetszolgálat) e a Hungarian Baptist Aid, ambas organizações parceiras da AMI no âmbito de outros projetos.
Todo o processo de fuga da Ucrânia é difícil, pois os refugiados efetuam longos percursos até chegarem à fronteira, passam por inúmeros check points de forças ucranianas, e fazem-no em condições extremas, seja pelo risco associado a deslocações, muitas vezes, debaixo de fogo, seja pelas temperaturas muito baixas, seja pelo facto de a maioria dos refugiados que chegam serem maioritariamente mulheres (muitas grávidas) acompanhadas de crianças muito pequenas (aumentando ainda mais o grau de vulnerabilidade). Os homens não estão autorizados a sair do país e as pessoas em estado de saúde mais grave não conseguem sequer deslocar-se.
Devido à destruição causada pela guerra, as principais infraestruturas e serviços básicos deixaram de ser assegurados, havendo já escassez de stock de medicamentos, alimentos, bens de primeira necessidade, água, aquecimento e combustível.
A equipa da AMI percorreu a zona de fronteira da Hungria onde se situam os 5 centros de receção de refugiados da Ucrânia, designadamente, Záhony, Lóyna, Barabás, Beregsurany e Tiszabecs, tendo identificado as organizações que estão a atuar nestes locais e as principais necessidades de ajuda aos refugiados.
Em relação ao acolhimento dos refugiados na Hungria, existem vários centros de receção a ser bem assegurados pelas autoridades locais e organizações com quem a equipa da AMI estabeleceu contacto e está a colaborar. Nestes centros de receção, o apoio dispensado aos refugiados passa por: disponibilizar um local de aquecimento, alimentação, roupas quentes, cuidados primários de saúde e alojamento temporário (normalmente até 3 dias).
À chegada a estes centros de receção, é efetuado o registo dos refugiados, sendo os mesmos distribuídos em 3 grupos, nomeadamente, os refugiados que têm toda a documentação em ordem e já têm um destino final para onde ir; os refugiados que não têm a documentação em ordem, mas já têm um destino final para onde ir; e os refugiados que têm a documentação em ordem ou não, mas que não têm para onde ir.
Até o dia 05 de março entraram na Hungria 169.000 refugiados (informação veiculada pelo ACNUR).
Assim, a aquisição de medicamentos na Hungria para envio para a zona da Transcarpácia (Ucrânia) permite assegurar que o processo logístico é facilitado e menos dispendioso, que os medicamentos adquiridos se vão fazendo de acordo com as reais necessidades no terreno e que as bulas dos medicamentos possam ser compreendidas tanto por médicos como pelos próprios refugiados.
É também muito importante a adequação e validade dos medicamentos pelas razões óbvias, mas também pelo facto de as autoridades húngaras estarem a controlar todo o processo e a realizar fiscalizações às organizações que estão a enviar medicamentos e bens para dentro da Ucrânia.
De salientar que, desde ontem, tem aumentado a movimentação de militares húngaros na zona.
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