Trabalho da AMI em 2017 permitiu retirar 42 homens da situação sem-abrigo

Desde 1999, a AMI já apoiou 11.748 pessoas em situação sem-abrigo através dos Abrigos Noturnos de Lisboa e Porto e das Equipas de rua de Lisboa, Porto e Gaia.

Já em 2017, frequentaram os equipamentos sociais da AMI, 1.395 pessoas em situação sem-abrigo, representando 12% da população total atendida. Distribuem-se principalmente pelos grandes centros urbanos, Grande Lisboa (54%) e Grande Porto (36%). Foram atendidas pela primeira vez 443 pessoas, das quais 26% são mulheres.

Assim, dos 107 homens que viveram nos Abrigos Noturnos da AMI em 2017, 25 conseguiram obter alguma autonomia financeira e mudaram-se para quartos ou apartamentos alugados, 8 saíram dos Abrigos para irem viver com familiares ou amigos, 2 regressaram ao seu país de origem, 5 emigraram e 2 saíram para trabalhar fora da região de Lisboa ou Porto.

De destacar também que, 37destes beneficiários saíram com colocação no mercado de trabalho, de forma mais ou menos precária, com vínculos laborais de maior ou menor segurança, mas o apoio que receberam nos Abrigos permitiu-lhes tornarem-se autónomos.

Importa recordar que, desde 1997, os Abrigos Noturnos da AMI apoiaram 1.263 homens em situação sem-abrigo em condições de inserção socioprofissional, sendo que o Abrigo da Graça apoiou 861 pessoas desde a sua criação (1997) e o Abrigo do Porto 402 pessoas desde a sua abertura (2006).

Os Abrigos Noturnos que a AMI disponibiliza em Lisboa e no Porto proporcionam alojamento temporário a pessoas em situação de sem-abrigo, do sexo masculino, em idade ativa, que disponham de condições que permitam a sua reinserção socioprofissional. A admissão faz-se, regra geral, por contacto/encaminhamento de instituições e organizações que trabalham com situações que se podem definir como de sem-abrigo (de que são exemplo as Equipas de Rua e os Centros Porta Amiga da AMI).

Para além de proporcionarem alojamento, os Abrigos prestam apoio social e psicológico, vestuário, alimentação, cuidados de higiene e apoio na procura de emprego.

Equipas de Rua da AMI acompanharam perto de 400 pessoas em 2017

Em 2017, 384 pessoas em situação de sem-abrigo procuraram as equipas de rua da AMI, das quais 204 foram atendidas pela primeira vez (82 pela Equipa de Rua de Gaia e Porto e 124 pela Equipa de Rua de Lisboa). As principais razões foram a precariedade financeira (60%), o desemprego (56%) e a falta de alojamento (33%).

Na sua maioria, são homens (84%), com idades entre os 40 e os 59 anos, naturais de Portugal (82%) e sem qualquer atividade profissional. Pernoitam, sobretudo, na rua (36%), mas recorrem também a casa de familiares e amigos (15%), abrigos (temporários ou de emergência) para sem-abrigo e pensões ou quartos (12% cada).

As principais necessidades identificadas foram a alimentação (78%), o vestuário (69%) e o alojamento (55%), sendo que 44% necessitava, ainda, de uma consulta médica e 21% de apoio com medicamentos.

As Equipas de Rua são uma resposta social multidisciplinar desenvolvida a partir de dois Centros Porta Amiga da AMI (a Equipa de Rua de Lisboa, do Centro Porta Amiga das Olaias e a Equipa de Rua de Gaia e Porto, do Centro Porta Amiga de Gaia), de apoio às pessoas em situação de sem-abrigo. Têm como objetivo melhorar a qualidade de vida da população-alvo, promovendo respostas integradas e holísticas. Procuram ainda complementar a intervenção social realizada pelos Centros Porta Amiga e prestar um apoio psicossocial contínuo de forma a evitar regressões, prevenindo futuras formas de exclusão social.

Estas equipas técnicas prestam apoio social, psicológico e ainda médico e de enfermagem, serviços para os quais contam com a colaboração de assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais contratados, assim como de profissionais voluntários e estagiários nas respetivas áreas.