O Uganda continua a ser fustigado por uma terrível crise esquecida, com um fluxo de refugiados provenientes do Sudão do Sul, da República Democrática do Congo e do Burundi. Nos campos do noroeste do país, todos os dias chegam refugiados que atravessam a fronteira a pé para receber ajuda humanitária e na esperança de ter uma vida melhor. Só esta quarta-feira chegaram novas 662 pessoas ao campo de Omugo e esperavam-se hoje mais 338, todas oriundas do Sudão do Sul.
Quando chegam ao campo, estes refugiados contam com a ajuda de várias organizações nacionais e internacionais que prestam serviços essenciais, como saúde, nutrição, água e saneamento, e ainda proteção e reunião de famílias entretanto separadas.
Um dos maiores flagelos prende-se com as situações de violência e de violações de meninas e mulheres, que as autoridades e organizações tentam combater. Ao nível da saúde reprodutiva, as meninas casam e têm filhos muito cedo, por volta dos catorze anos, não tendo informação suficiente sobre planeamento familiar e sendo, muitas vezes, alvo de pressão por parte dos maridos e de preconceito por parte da comunidade.
É, precisamente, na área da promoção da saúde sexual e reprodutiva que se enquadra a intervenção da AMI com o projeto “Talk2Me” – Sensibilização e Promoção de Boas Práticas de Saúde Sexual e Reprodutiva nos Campos de Refugiados do Uganda
Relato da equipa da AMI no Uganda
7 de março de 2019