Reforço de fundos para intervenção humanitária na Síria após sismo são urgentes

Fernando Nobre, presidente da AMI, afirma que a situação na Síria é ainda mais grave do que na Turquia. Tendo conhecimento do território em Gaziantepe, região de fronteira entre a Turquia e a Síria onde se fixam milhões de refugiados de guerra, o médico alerta para a prioridade na proteção das crianças “sendo as vítimas mais vulneráveis em cenários de catástrofe”.

Com a coordenação de Fernando Nobre, equipas de emergência da AMI já atuaram em cenários pós-sismo no Irão, Paquistão, Haiti e Nepal. Países onde a AMI realizou ação humanitária, num primeiro momento e, posteriormente, desenvolveu projetos de cooperação para a recuperação social e económica das populações locais.

A AMI – Fundação de Assistência Médica Internacional lança uma campanha de angariação de fundos para a Missão de Emergência de apoio às vítimas do sismo que, a 6 de fevereiro, atingiu de forma catastrófica o centro e sul da Turquia e a Síria, tendo epicentro nos arredores da cidade de Gaziantepe.

Os fundos angariados serão aplicados diretamente no apoio à vítimas do sismo na Síria. A AMI está a atuar com a organização Syria Relief & Development, com a qual já trabalhou entre 2018 e 2021. A organização, parceira da AMI, dedica-se a resposta humanitária de emergência e proteção da população afetada pela guerra na Síria e fixada na fronteira com a Turquia, região onde o sismo causou maior devastação.

Fernando Nobre, presidente da AMI, afirma que “a situação na Síria é muito pior devido às condições de fragilidade em que a população se encontra”, após 11 anos de guerra.

Com conhecimento do terreno e da situação social vivida em Gaziantepe, uma vez que a AMI mantém um projeto com médicos turcos e sírios na ajuda transfronteiriça a refugiados da guerra na Síria, Fernando Nobre afirma que “o acesso a agasalhos, água, alimentos e medicamentos é prioritário, assim como proteger as crianças que ficam vulneráveis a situações de abuso e tráfico”. Uma atuação de primeira instância que pode ser comprometida pela falha nas comunicações.

A falta de combustível e as temperaturas negativas são agora os principais obstáculos à resposta de emergência no terreno e às operações de resgate dos sobreviventes, assim como à prestação de cuidados de saúde aos feridos acolhidos em hospitais de campanha.

O presidente da AMI recorda que “num primeiro momento são os familiares e amigos quem representa a resposta de emergência e a ação humanitária, são eles que sabem identificar quem está desaparecido, feridos ou, os corpos a recuperar”.

Fernando Nobre já levou a emergência humanitária da AMI a cenários pós-sismo no Irão, Paquistão, Haiti e Nepal e prioriza, “nos dias e semanas seguintes à ocorrência de uma catástrofe, as equipas que chegarem ao terreno devem equipar-se, procurar os feridos e depois avaliar a situação local, tendo em conta que a Turquia e a Síria enfrentam um inverno rigoroso”.

Equipas da AMI intervieram em Bam, no Irão, quando em 2003 a cidade considerada Património Mundial da Humanidade pela UNESCO foi devastada por um sismo que causou 30 mil mortes. Em 2005, a organização esteve presente em Caxemira, no Paquistão, numa zona montanhosa de difícil acesso fortemente afetada pelo abalo de magnitude 7,6 na escala de Richter.

Em cenários pós-sismo a emergência da AMI também esteve no terreno, com coordenação de Fernando Nobre, no Haiti, em 2010. A intervenção da AMI manteve-se por onze meses na capital haitiana, Port-au-Prince, com a organização a assegurar cuidados primários através da instalação de clínicas móveis em vários campos de deslocados e nos anos seguintes com o apoio a organizações locais. A ajuda humanitária no Haiti foi reforçada em 2021, quando outro sismo afetou o sul do país. Na época a AMI implementou durante vários meses uma parceria com o Hospital Bernard Mevs para a compra e distribuição de medicamentos e material de primeiros socorros.

A atuação de emergência da AMI regressou à Ásia em 2015, quando uma equipa coordenada por Fernando Nobre esteve presente no Nepal para prestar apoio às vítimas do sismo com magnitude 7,8. Só no Nepal o sismo afetou mais de 4,6 milhões de pessoas, mas a devastação atingiu ainda a Índia, Bangladesh, Paquistão e China.

Segundo dados atualizados pela agência Reuters, no final do dia 8 de fevereiro registavam-se entre a Turquia e Síria pelo menos 12.037 mortos, 57.904 feridos, pelos menos 298.000 deslocados e um total estimado de milhões de pessoas afetadas.

O sismo de magnitude 7,8 causou também a destruição de 6.489 edifícios. O primeiro abalo foi registado pelas 04h17 (hora local) a oeste da cidade de Gaziantepe na Turquia, localizada junto à fronteira com a Síria, a cerca de 120 quilómetros de Alepo.

São várias as formas de apoiar esta missão da AMI:

MBWay – 962 777 431

Transferência Bancária – IBAN: PT50 0007 0015 0040 0000 0067 2

Donativo online em https://ami.org.pt/missao/resposta-ao-sismo-na-turquia-siria/


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