PRÉMIO AMI – JORNALISMO CONTRA A INDIFERENÇA

Já são conhecidos os vencedores da 24.ª edição

“Por ti, Portugal, eu juro!”, de Diogo Cardoso, Luciana Maruta e Sofia Palma Rodrigues (Divergente), é o trabalho vencedor da 24.ª edição do Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença.

O júri, presidido pelo presidente da AMI, Prof. Doutor Fernando Nobre e constituído pelos vencedores da edição anterior, Bárbara Baldaia, Micael Pereira e Luís Garriapa , pela  chief creative officer e managing director da Young & Rubicam, Judite Mota,  pela coordenadora da licenciatura em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social, Fátima Lopes Cardoso, e pela Diretora do Departamento de Ação Social e Administradora da AMI, Ana Martins, atribuiu, ainda, quatro menções honrosas aos trabalhos “O Bairro”, de Maria José Garrido (TVI), “Cabo Delgado, a bússola estilhaçada”, de Nuno Amaral (Antena 1), “Os 25 anos do Rendimento Social de Inserção:  O RSI não é um sítio aonde eu queira voltar”, de Natália Faria e Paulo Pimenta (Público), e “Sofrer e morrer no Lar do Comércio”, de Miguel Carvalho (Visão).

 Nas palavras do júri, Por ti, Portugal, eu juro! é um trabalho multimédia de grande profundidade, contado de forma muito criativa, sobre os comandos africanos da Guiné-Bissau, que lutaram em nome de Portugal durante a guerra colonial e foram depois abandonados à sua sorte.  Esta reportagem de Sofia Palma Rodrigues, Diogo Cardoso e Luciana Maruta é o resultado de cinco anos de investigação e inclui uma recolha notável de testemunhos na Guiné-Bissau, em que pela primeira vez, estes antigos combatentes contam como sofreram e como se sentiram traídos por uma pátria que acreditaram ser a sua.

“O Bairro”, de Maria José Garrido, foi descrito pelo júri como umareportagem  que conta uma história surpreendente de pobreza e abandono no centro de Lisboa. Trata-se de um trabalho de investigação e de contextualização histórica sobre um projeto de habitação que tirou centenas de famílias das barracas onde viviam, mas que não foi levado até ao fim e que, com os anos, passou a estar escondido dos olhares dos outros lisboetas pelas construções que foram surgindo à volta. 

Por sua vez, “Cabo Delgado: A Bússola Estilhaçada”, mostra como em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, centenas de pessoas foram obrigadas a deixar as suas terras, o paraíso transformado em inferno, depois de terroristas do Al-Shabaad terem incendiado aldeias, assassinado pais, mães, filhos e muitos outros inocentes. A reportagem “A Bússola Estilhaçada” é um grito jornalístico que dá voz a quem luta para esquecer o pior e a quem não poupa esforços para ajudar estas pessoas a sarar os traumas, seguir em frente e consertar ou colar os estilhaços da bússola e encontrar a paz possível, nas palavras do júri.

A peça “Os 25 anos do Rendimento Social de Inserção: o RSI não é um sítio aonde eu queira voltar”, numa altura em que circulam discursos políticos contra o Rendimento Social de Inserção (RSI), com um tom acusatório como se quem vive deste apoio o fizesse por vontade própria, a reportagem de Natália Faria lembra, como o júri fez questão de apontar, que, tal como os testemunhos que relatam as suas histórias, ninguém está imune à pobreza. Em algum momento da vida e nunca por vontade própria ou preguiça, podemos vir a ser um dos muitos portugueses que precisam da ajuda do Estado para sobreviver.

O júri considerou ainda que “Sofrer e morrer no lar do comércio”, numa reportagem sobre as condições chocantes em que viviam os utentes do Lar do Comércio, em Matosinhos, Miguel Carvalho revela como foi possível uma instituição-modelo transformar-se num depósito de idosos sujeitos a maus-tratos constantes, a uma falta de higiene crónica e ao abandono, e de como isso põe em causa o modo como, durante muito tempo, o poder político fechou os olhos ao que se estava ali a passar.  

Os jornalistas distinguidos com o 1.º prémio dividirão os €5.000 do galardão e receberão um troféu alusivo ao evento, estendendo-se também esta última distinção aos autores dos trabalhos galardoados com menções honrosas.

A entrega do prémio, presidida pelo Presidente da AMI, realiza-se no dia 20 de outubro na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa. A cerimónia será precedida de uma mesa redonda subordinada ao tema “A Informação em tempos de conflito: jornalismo versus propaganda”, que terá lugar às 15h e será moderada pelo jornalista Francisco Sena Santos e contará com a participação dos jornalistas Catarina Neves, Hugo Matias, Miguel Manso e Paulo Moura.


Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

You may use these HTML tags and attributes:

<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>