Mulheres: a luta pela igualdade

Olhando para a história, a luta das mulheres pela igualdade de género tem tido resultados concretos e muito significativos, embora a importância do tema nem sempre reúna consenso, dificultando o caminho percorrido, ainda sem fim à vista. A igualdade plena de direitos civis face aos homens tem criado correntes de mobilização desde o sufragismo do século XIX ao movimento feminista dos dias de hoje. Não será a garantia de direitos e liberdades da mulher recompensadora para o homem também?

Quando nos debruçamos sobre o assunto da igualdade entre mulheres e homens, é importante definir o que é o sexo e o que é o género. Seres humanos com sistemas biológicos semelhantes que se distinguem por fatores como os seus cromossomas (Mulheres XX, Homens XY), os seus órgãos reprodutivos e hormonas (estrogénio e testosterona) que levam a processos cognitivos distintos– estes são os elementos que definem o sexo: Masculino, Feminino.

No campo da sociologia, género é definido como uma construção social. Refere-se aos “papeis” que se espera que homem e mulher desempenhem na sociedade em função do seu sexo. Ao longo dos tempos são estas “expectativas” sobre os seus papeis que têm gerado desigualdades sociais e identitárias profundas, que podem e têm de ser desconstruídas.

A luta pela igualdade de género e todos os movimentos associados têm como desígnio acabar com a perpetuação de padrões históricos e estruturais que alimentam estereótipos negativos baseados no género. Estes estereótipos lesam primeiramente as liberdades fundamentais da mulher num mundo em que persiste uma cultura de patriarcado – ordem social em que o homem se encontra no centro da vida social, política, familiar, etc.

Reivindicam-se questões e direitos fundamentais que percorrem toda a esfera da vida da mulher, desde o acesso à saúde e educação, direitos sexuais e reprodutivos, melhores oportunidades laborais, salários não discriminatórios, acesso a cargos de poder, violência doméstica como crime público, autonomia corporal e tarefas domésticas e parentais reconhecidas, entre outras questões.

De acordo com as Nações Unidas, por cada dólar que o homem recebe, a mulher recebe 77 cêntimos, o que se traduz numa disparidade salarial baseada no género na ordem dos 23%, globalmente.

As assimetrias de poder entre mulheres e homens levaram à normalização de um sistema de violência generalizada contra as mulheres dentro e fora de casa, no trabalho e no espaço público. Esta violência assume diversificadas formas, não é apenas física ou emocional. A hipersexualização da mulher é também uma forma de violência, mas em qualquer parte do mundo uma prática consensualizada, nomeadamente em determinadas indústrias, como da moda ou do cinema. Para expor esta realidade, o movimento #metoo foi um verdadeiro murro na mesa. Gerou uma onda de denúncias e criminalização sem precedentes sobre homens que usaram o seu poder para assediar, violar e atentar à integridade de centenas de mulheres.

Nesta edição da AMI Notícias iremos explorar o tema dos Direitos das Mulheres e da igualdade de Género, falando com mulheres com diversas histórias e vários pontos do globo que lutam diariamente para garantir que o dia de amanhã possa vir a ser mais próspero e mais igual para todas (nós).


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