Jovens recebem bolsa do Fundo Universitário como “incentivo certo, no momento certo”

A saudade de casa e as dificuldades que as famílias enfrentam para que possam estudar no ensino superior, leva-os a pensar em desistir. Mas, nos momentos mais difíceis, o Fundo Universitário da AMI revelou-se a estabilidade financeira e emocional de que precisam.

São o futuro de Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Angola e no letivo 2022/2023 foram selecionados para receber bolsas de estudo no âmbito da 8.ª edição do projeto Fundo Universitário da AMI. Com os 700,00 euros desta bolsa, os 41 estudantes beneficiados podem fazer face às despesas que a frequência numa licenciatura ou mestrado representam, especialmente para quem tem outros irmãos e frequentar o ensino superior ou para aqueles que estão a milhares de quilómetros de casa.

Os jovens recebem esta bolsa como “o incentivo certo no momento certo” para continuarem a trabalhar nas áreas de formação escolhidas, representando o futuro no Ambiente, Ciências Sociais, Engenharia, Saúde e Tecnologias da Informação.

Considerando o Fundo Universitário como “o que de melhor a AMI pode dar a alguém, a possibilidade de ter acesso à Educação”, Fernando Nobre recebeu na sede da AMI alguns dos alunos beneficiados, aos quais passou uma mensagem de coragem e resiliência: “não existe obstáculo impossível de ultrapassar na vossa viagem”. Deixou ainda um conselho, “nunca pensem que sabem tudo, comecem cada novo percurso com humildade e vontade de aprender, para crescerem e percorrerem o vosso caminho”. E pediu aos jovens: “tenham orgulho em vocês. Façam vidas bonitas. Um dia, quando puderem, lembrem-se de ajudar os outros. Há sempre tempo e alguma coisa para dar a quem precisa”.

“Sem o Fundo Universitário seria difícil continuar a estudar”

Com 21 anos, Laura Santos frequenta o quarto ano de uma licenciatura em Ciências da Nutrição e decidiu candidatar-se ao Fundo Universitário porque “as despesas são muito altas, tendo uma irmã a frequentar também o ensino superior”, desde o material, a despesas e propinas.

Laura reconhece que “sem a bolsa do Fundo Universitário seria mais difícil continuar a estudar no ensino superior”, assim como a irmã, porque os seus pais não conseguiriam fazer face às despesas.

As mesmas dificuldades enfrentam os pais de Eroniki Tavares, desde que a jovem partiu da Guiné-Bissau para estudar em Portugal. Aos 20 anos está a frequentar o terceiro ano de uma licenciatura em Terapia da Fala e pretende “ficar por Portugal quando terminar, para fazer uma especialização”. Por isso, no dia em que recebeu o certificado de bolseira do Fundo Universitário “as palavras de Fernando Nobre sobre superação e resiliência caíram como uma luva para enfrentar o cansaço e a saudade de casa”.

A bolsa do Fundo Universitário foi “apresentada” a Eroniki por alguns colegas que já recebiam o apoio e disseram que “seria um bom complemento anual para as despesas com material, transportes, alimentação”. Um apoio ao qual tem unido o vencimento do trabalho temporário que faz todos os verões no Algarve, “assim como muitos outros colegas fazem, para ter mais fundo de maneio ao longo do ano”.

A frequentar o segundo ano de uma licenciatura em Tecnologias do Ambiente e do Mar, Wedmarley Cardoso vê a bolsa do Fundo Universitário como “um grande apoio e um incentivo para ter bons resultados no ensino superior e fazer valer esta aposta da AMI na educação dos jovens, porque nem todos têm recursos para se sentar na escola”.

O jovem de 20 anos é bolseiro pelo segundo ano consecutivo e confessa que, “antes de receber bolsa, a motivação para estudar estava a decair”. Ter acesso ao apoio da AMI levou Wedmarley a “apostar novamente nos bons resultados e não desistir para continuar a manter o apoio no ano seguinte, se possível”.

No futuro, Wedmarley quer aplicar as potencialidades da tecnologia em prol da defesa e preservação do ambiente. Acredita que pode “fazer a diferença no futuro, de Portugal ou de outro ponto do mundo”, para onde a vida o encaminhe e foi esse o motivo pelo qual escolheu uma licenciatura “numa área com muito por explorar”.

Para Benan Cabi, o incentivo também é um bem precioso, num percurso académico que já leva dois anos dedicados à licenciatura em Contabilidade e Finanças. Uma área que “só escolhe quem tem realmente vocação, porque é muito complexa”. Mas, Benan queria dar continuidade à área de formação em Administração, que teve durante o ensino médio na Guiné-Bissau e garante que “desistir não está nos planos”.

Com 21 anos, “estar em Portugal e ter acesso à bolsa do Fundo Universitário representa a oportunidade de estudar, mas, também, uma grande gestão da Saudade”, assume Benan. Uma saudade que o Fundo Universitário AMI também ajuda a ultrapassar, “porque o dinheiro que as nossas famílias não gastam a ajudar-nos na alimentação, ou aquisição de livros, pode ser guardado para nos comprarem um bilhete de avião até casa”.


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