Dia Europeu sem carros

Apesar das emissões de poluentes terem diminuído na Europa nas últimas décadas, as concentrações de poluentes atmosféricos permanecem demasiado elevadas e os problemas relacionados com a qualidade do ar persistem. A população europeia é especialmente afetada por este problema visto que uma grande parte vive em centros urbanos onde as normas relativas à qualidade do ar não são observadas. Entre os vários poluentes atmosféricos, destacam-se as partículas, o dióxido de azoto (NO2) e o ozono, pois são os que afetam de forma mais significativa a saúde humana. As consequências para a saúde humana da exposição prolongada a estes poluentes são graves e vão desde os danos causados no sistema respiratório até à morte prematura. Por exemplo, estima-se que as partículas finas (PM2.5) na atmosfera reduzam a esperança de vida na União Europeia (UE) em mais de oito meses.

Mas a poluição atmosférica também tem consequências nefastas para o ambiente ao provocar a acidificação e eutrofização (excesso de nutrientes) dos ecossistemas, assim como a perda de colheitas que é causada pela exposição a elevadas concentrações de ozono.

As fontes de poluição atmosférica são muitas e variadas, mas a queima de combustíveis fósseis nos transportes destaca-se na Europa. Dos três poluentes descritos anteriormente, os transportes são uma grande fonte de matéria particulada e de NO2. Neste momento, segundo a Agência Europeia do Ambiente, os transportes representam mais de um quarto das emissões totais de gases com efeito de estufa da UE, contribuindo assim de forma significativa para as alterações climáticas. A poluição sonora é outro problema ambiental associado aos transportes e que afeta a saúde de milhões de pessoas.

Relativamente às políticas da UE para o sector dos transportes, as principais áreas de atividade centram-se na transição dos transportes para alternativas menos poluentes e mais eficientes, na implantação de tecnologias de transporte, combustíveis e infraestruturas mais sustentáveis e na taxação dos combustíveis mais poluentes, nomeadamente no diesel.

Por sua vez, a AMI está empenhada em ser um agente de mudança, seguindo e promovendo, para isso, a adoção de comportamentos conscientes e responsáveis por parte dos cidadãos, das empresas e das instituições, de que é exemplo o projeto de Recolha de Óleos Alimentares Usados. Os óleos são transformados em biodiesel permitindo, deste modo, dar um destino final adequado a este resíduo, que de outra forma acabaria na rede de esgotos ou depositado em aterro. Desde o início deste projeto, em 2008, a AMI já recolheu e valorizou mais de 2.000.000 de litros de OAU’s em biodiesel, evitando deste modo a libertação para a atmosfera de cerca de 5.000 toneladas de CO2, o que equivale a 21 milhões de passagens de veículos na ponte 25 de Abril/ a aproximadamente 2 passagens evitadas na ponte 25 de Abril por cada habitante em Portugal/ a 149 dias sem passar nenhum carro na ponte 25 de Abril/151 mil viagens Lisboa-Porto.

No dia 22 de setembro, assinala-se o Dia Europeu Sem Carros, uma data que visa sensibilizar a população e as autoridades para a necessidade de reduzir o tráfego rodoviário dentro das cidades, promovendo o uso de meios menos poluentes como transportes públicos, elétricos ou até mesmo bicicletas. Deste modo, mesmo que seja de forma simbólica, estará a contribuir para a melhoria da qualidade do ar e consequentemente para a melhoria da sua qualidade de vida e da população afetada por este problema ambiental. Com esta iniciativa, poderemos ainda perceber que não é assim tão difícil replicar estes comportamentos durante mais dias ao longo do ano.

Fonte: Agência Europeia do Ambiente


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